No Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, a Associação de Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT) reafirma que mulheres e homens compartilham o mesmo protagonismo na entidade. No campo, as mulheres têm voz, liderança e desempenham um papel essencial no desenvolvimento do agronegócio. Nesta data especial, a Aprosoja MT celebra histórias de mulheres que cresceram no meio rural e contribuem diariamente para o fortalecimento e a inovação do setor, enfrentando desafios e construindo um futuro cada vez mais promissor para a agricultura brasileira.
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Vinda de uma família de agricultores no Paraná, a produtora do município de Sinop, Gisele Braile Turquino, de 60 anos, desde a infância acompanhava as atividades da família, que cultivava café e criava bovinos. Isso a incentivou na escolha de sua profissão. Ela se tornou engenheira agrônoma em 1986 e trabalhou por muitos anos como consultora e instrutora, sempre buscando conhecimento para aprimorar-se profissionalmente.
Assumiu a gestão das propriedades localizadas no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que pertenciam ao pai, em um momento difícil, mas nunca pensou em desistir. A intenção era fazer pecuária no Mato Grosso, o que não se mostrou viável para aquela região. Até que a atividade de grãos se viabilizou. Segundo Gisele, foram anos duríssimos e sua família desejava vender a fazenda, em uma tentativa de se livrar dos problemas, mas viu nas dificuldades a soja como a solução e decidiu que aquele não era o momento de vender, e sim de enfrentar o desafio.
Hoje ela conta que pode contar com a Aprosoja MT para enfrentar o que vier pela frente através da representatividade feminina. “Vejo que na Aprosoja MT a participação feminina é muito importante e tem sido muito acolhida. Particularmente na assembleia geral, ocorrida no fim do ano passado, fiquei bastante feliz. Vi mulheres muito comprometidas e trazendo contribuições importantes para a entidade”, destaca Gisele.
Assim como Gisele, Helena Maria Sandri, de 27 anos, também decidiu seguir os passos dos pais e, desde os 18 anos, dedicou-se a trabalhar na fazenda. Desde cedo no universo rural, demonstrou comprometimento e paixão por contribuir com sua família no desenvolvimento da propriedade, mas, ao longo dessa jornada, enfrentou desafios.
A jovem delegada coordenadora da Aprosoja MT, no núcleo de Diamantino, relata que a falta de reconhecimento, tanto pela idade quanto pelo gênero, é uma barreira constante. Ainda assim, ela destaca que a familiaridade dos jovens com as novas tecnologias traz vantagens, permitindo-lhes adaptar-se mais rapidamente às inovações do agronegócio, o que acaba sendo um diferencial.
No enfrentamento desses desafios, ela reconhece o suporte proporcionado pela Aprosoja MT, que fornece informações valiosas e atua como uma aliada para o exercício de direitos e o fortalecimento no setor. “Para mim, ser mulher no agronegócio significa ser versátil. É enfrentar batalhas diárias, equilibrar múltiplos papéis, como ser mãe, ser esposa e ainda conseguir trazer um olhar cuidadoso e único nas fazendas, um olhar de cuidado que só a mulher tem”, declara Helena Maria.
Ligia Bronholi Pedrini, delegada titular da Aprosoja MT, no núcleo de Diamantino, é da quinta geração de sua família no agronegócio e sempre foi tratada em um ambiente de igualdade de gênero no trabalho com os familiares. No entanto, ao trabalhar fora de casa como engenheira agrônoma, também enfrentou desafios, como provar sua competência e lidar com situações de insegurança por ser mulher.
Ela utilizou essas experiências para amadurecer e fortalecer sua postura profissional. Momentos difíceis, incluindo situações desconfortáveis em um ambiente de trabalho predominantemente masculino, destacaram as disparidades de gênero, mas também motivaram sua decisão de retornar ao núcleo familiar, onde encontrou segurança e reconhecimento.
“Eu me senti acolhida pela Aprosoja MT. A partir do momento em que entro em uma assembleia, não preciso pensar se sou mulher ou homem. Eu só tenho que pensar que sou produtora e estou ali para defender os meus ideais. E tem gente ali para me ajudar a defender”, enfatiza Lígia.
Também ressalta que o aprendizado constante dá sentido à vida. “É importante olhar para quem já trilhou o caminho que você deseja seguir, aprender com as experiências delas e, acima de tudo, acreditar no seu sonho. Empecilhos irão surgir, independentemente de ser mulher, mas a gente aprende, cresce e supera. E a vida é assim, cheia de conquistas e novos aprendizados”, finaliza a produtora.